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roditas

A forma roditasé [derivação feminino plural de rodaroda].

Sabia que? Pode consultar o significado de qualquer palavra abaixo com um clique. Experimente!
rodaroda
|ó| |ó|
( ro·da

ro·da

)
Imagem

Nome genérico dado, em aparelhos ou máquinas, à parte circular que se move em volta de um eixo, e que, mais ou menos directamente, serve para imprimir movimento.


nome feminino

1. Nome genérico dado, em aparelhos ou máquinas, à parte circular que se move em volta de um eixo, e que, mais ou menos directamente, serve para imprimir movimento.Imagem

2. Talhada mais ou menos redonda de certos frutos.

3. Espécie de adarga redonda.

4. Tábua redonda que assenta sobre o pé do vinho e o cobre para o comprimir.

5. Enfeite de renda em toda a largura dos vestidos; cercadura de renda.

6. Amplidão de uma roupa talar.

7. Largura, circunferência, espaço redondo.

8. [Jogos] [Jogos] Acto de extrair a lotaria (ex.: hoje há roda).

9. [Jogos] [Jogos] Esfera que encerra os números que se hão-de extrair na lotaria.

10. Espaço, duração de um período de tempo.

11. [Ornitologia] [Ornitologia] Desdobramento da cauda de algumas aves.

12. Certo número de tanques por onde passam sucessivamente as peles para se curtirem.

13. Turno, vez.

14. Mancha circular no pêlo dos cavalos.

15. Conjunto de pessoas com que se convive mais frequentemente (ex.: roda de amigos).

16. Grupo de pessoas dispostas em círculo.

17. Quantidade considerável; grande número.

18. [Marinha] [Marinha] Pau grosso e curto em que termina a proa e a popa do navio.

19. Espécie de armário giratório usado para passar objectos do exterior para o interior e vice-versa, em conventos, asilos ou hospícios. = TORNO

20. Armário giratório que servia para introduzir crianças abandonadas em conventos, hospícios ou asilos.

21. [Por extensão] [Por extensão] Local, como convento, asilo ou hospício, que acolhe pessoas abandonadas, geralmente crianças (ex.: roda dos expostos).

22. [Popular] [Popular] Acusação; invectiva.

23. Instrumento de tortura.

24. [Desporto] [Esporte] Exercício de ginástica que consiste num deslocamento lateral e circular do corpo, passando as pernas afastadas por cima do tronco apoiado nos dois braços.

25. [Ictiologia] [Ictiologia] Nome vulgar do peixe-lua.


interjeição

26. Expressão usada para afastar ou mandar alguém embora. = FORA, RUA


andar à roda

Realizar-se o sorteio da lotaria.

à roda

Em círculo ou em movimentos circulares (ex.: tive uma tontura e vi tudo à roda). = À VOLTA

à roda de

No espaço que rodeia algo ou alguém. = À VOLTA DE

Muito perto de, muito próximo de (ex.: foram vendidos à roda de um milhão de exemplares). = APROXIMADAMENTE, À VOLTA DE

correr sobre rodas

[Informal] [Informal] Decorrer com sucesso ou de modo agradável (ex.: tudo parece correr sobre rodas).

de roda

Em círculo ou em movimentos circulares. = À VOLTA

roda de capoeira

Círculo formado por capoeiristas em que se toca e canta enquanto se pratica a capoeira (ex.: o programa do festival inclui ateliês de artes plásticas, espectáculos de dança e teatro, grupos folclóricos e roda de capoeira). [Em 2014, a UNESCO considerou a roda de capoeira património cultural e imaterial da humanidade.]

roda dentada

Estrutura circular dotada de recortes, que pode formar uma engrenagem com uma estrutura semelhante e imprimir movimento a eixos rotativos.Imagem

roda de proa

[Marinha] [Marinha]  Peça da proa, na extremidade da quilha.

roda de tímpano

Roda oca que se move por meio dos pés de alguém que vai trepando de pá em pá.

roda do leme

[Marinha] [Marinha]  Dispositivo circular, ligado ao leme da embarcação, destinado a controlar a direcção da embarcação.Imagem

etimologiaOrigem etimológica:latim rota, -ae.
Colectivo:Coletivo:Coletivo:rodagem.


Dúvidas linguísticas



É indiferente a utilização indistinta dos verbos levantar e alevantar, rebentar e arrebentar?
As palavras que referiu são sinónimas duas a duas (alevantar = levantar, arrebentar = rebentar), sendo as formas iniciadas por a- variantes formadas pela adjunção do prefixo protético a-, sem qualquer alteração de sentido. A estas palavras podem juntar-se outros pares, como ajuntar/juntar, amostrar/mostrar, arrecuar/recuar, assoprar/soprar, ateimar/teimar, etc.

As formas com o elemento protético a- são geralmente consideradas mais informais ou características do discurso oral, devendo por isso ser evitadas em contextos que requerem alguma formalidade ou em que se quer evitar formas menos consensuais.

Apesar deste facto, não podemos fazer uma generalização destes casos para o uso do prefixo, uma vez que o prefixo a- pode ter outros valores, como os de aproximação, mudança (ex.: abaixo < a- + baixo, acertar < a- + certo + -ar) ou de privação, negação (ex.: atemporal < a- + temporal, assexuado < a- + sexuado), em que já não se trata de variação, mas de derivação.




Na frase "...o nariz afilado do Sabino. (...) Fareja, fareja, hesita..." (Miguel Torga - conto "Fronteira") em que Sabino é um homem e não um animal, deve considerar-se que figura de estilo? Não é personificação, será animismo? No mesmo conto encontrei a expressão "em seco e peco". O que quer dizer?
Relativamente à primeira dúvida, se retomarmos o contexto dos extractos que refere do conto “Fronteira” (Miguel Torga, Novos Contos da Montanha, 7ª ed., Coimbra: ed. de autor, s. d., pp. 25-36), verificamos que é o próprio Sabino que fareja. Estamos assim perante uma animalização, isto é, perante a atribuição de um verbo usualmente associado a um sujeito animal (farejar) a uma pessoa (Sabino). Este recurso é muito utilizado por Miguel Torga neste conto para transmitir o instinto de sobrevivência, quase animal, comum às gentes de Fronteira, maioritariamente contrabandistas, como se pode ver por outras instâncias de animalização: “vão deslizando da toca” (op. cit., p. 25), “E aquelas casas na extrema pureza de uma toca humana” (op. cit., p. 29), “a sua ladradela de mastim zeloso” (op. cit., p. 30), “instinto de castro-laboreiro” (op. cit., p. 31), “o seu ouvido de cão da noite” (op. cit., p. 33).

Quanto à segunda dúvida, mais uma vez é preciso retomar o contexto: “Já com Isabel fechada na pobreza da tarimba, esperou ainda o milagre de a sua obstinação acabar em tecidos, em seco e peco contrabando posto a nu” (op. cit. p.35). Trata-se de uma coocorrência privilegiada, resultante de um jogo estilístico fonético (a par do que acontece com velho e relho), que corresponde a uma dupla adjectivação pré-nominal, em que o adjectivo seco e o adjectivo peco qualificam o substantivo contrabando, como se verifica pela seguinte inversão: em contrabando seco e peco posto a nu. O que se pretende dizer é que o contrabando, composto de tecidos, seria murcho e enfezado.