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acção

a | art. def. | pron. pess. f. | pron. dem. | prep.

Exprime várias relações, entre as quais movimento, extensão, meio, semelhança, preço, lugar, matéria, fim, tempo, quantidade, maneira de acção, objecto de referência, hipótese....


accional | adj. 2 g.

Relativo a acção....


| adv. | interj.

Usa-se para impor uma paragem ou suspender determinada acção (ex.: aí, cavalinho!)....


aluviano | adj.

Formado pela acção das águas....


amolecado | adj.

Designativo daquele que pratica acções de moleque; acanalhado....


antiaéreo | adj.

Que se opõe à navegação ou à acção aéreas....


astático | adj.

Sistema de agulhas magnetizadas, subtraídas à acção directriz da terra....


aventado | adj.

Que sofreu a acção do ar....


avonda | interj.

Expressão usada para mandar parar uma acção ou para fazer calar....


bonda | interj.

Expressão usada para interromper ou mandar parar uma acção ou para fazer calar....


cársico | adj.

Diz-se do relevo característico das regiões em que as rochas calcárias constituem espessas camadas fundamentais e que resulta da acção (em grande parte subterrânea) de águas dissolventes....


cérico | adj.

Diz-se de um ácido que resulta da acção do ácido nítrico sobre a cera....


circunstancial | adj. 2 g.

Que indica a circunstância em que a acção ou o facto expresso pelo verbo se deu (ex.: complemento circunstancial de lugar; complemento circunstancial de modo; complemento circunstancial de tempo)....


Diz-se da acção contra o réu confesso....


desitivo | adj.

Que denota desinência; cessação de acção....


difusivo | adj.

Que tem acção rápida e enérgica, mas pouco duradoura, sobre o organismo....


discreto | adj.

Que tem ou denota discrição....


dondo | adj.

Gasto; puído; macio pela acção do tempero....


espabilado | adj.

Que mostra habilidade ou acção....



Dúvidas linguísticas



É indiferente a utilização indistinta dos verbos levantar e alevantar, rebentar e arrebentar?
As palavras que referiu são sinónimas duas a duas (alevantar = levantar, arrebentar = rebentar), sendo as formas iniciadas por a- variantes formadas pela adjunção do prefixo protético a-, sem qualquer alteração de sentido. A estas palavras podem juntar-se outros pares, como ajuntar/juntar, amostrar/mostrar, arrecuar/recuar, assoprar/soprar, ateimar/teimar, etc.

As formas com o elemento protético a- são geralmente consideradas mais informais ou características do discurso oral, devendo por isso ser evitadas em contextos que requerem alguma formalidade ou em que se quer evitar formas menos consensuais.

Apesar deste facto, não podemos fazer uma generalização destes casos para o uso do prefixo, uma vez que o prefixo a- pode ter outros valores, como os de aproximação, mudança (ex.: abaixo < a- + baixo, acertar < a- + certo + -ar) ou de privação, negação (ex.: atemporal < a- + temporal, assexuado < a- + sexuado), em que já não se trata de variação, mas de derivação.




Na frase "...o nariz afilado do Sabino. (...) Fareja, fareja, hesita..." (Miguel Torga - conto "Fronteira") em que Sabino é um homem e não um animal, deve considerar-se que figura de estilo? Não é personificação, será animismo? No mesmo conto encontrei a expressão "em seco e peco". O que quer dizer?
Relativamente à primeira dúvida, se retomarmos o contexto dos extractos que refere do conto “Fronteira” (Miguel Torga, Novos Contos da Montanha, 7ª ed., Coimbra: ed. de autor, s. d., pp. 25-36), verificamos que é o próprio Sabino que fareja. Estamos assim perante uma animalização, isto é, perante a atribuição de um verbo usualmente associado a um sujeito animal (farejar) a uma pessoa (Sabino). Este recurso é muito utilizado por Miguel Torga neste conto para transmitir o instinto de sobrevivência, quase animal, comum às gentes de Fronteira, maioritariamente contrabandistas, como se pode ver por outras instâncias de animalização: “vão deslizando da toca” (op. cit., p. 25), “E aquelas casas na extrema pureza de uma toca humana” (op. cit., p. 29), “a sua ladradela de mastim zeloso” (op. cit., p. 30), “instinto de castro-laboreiro” (op. cit., p. 31), “o seu ouvido de cão da noite” (op. cit., p. 33).

Quanto à segunda dúvida, mais uma vez é preciso retomar o contexto: “Já com Isabel fechada na pobreza da tarimba, esperou ainda o milagre de a sua obstinação acabar em tecidos, em seco e peco contrabando posto a nu” (op. cit. p.35). Trata-se de uma coocorrência privilegiada, resultante de um jogo estilístico fonético (a par do que acontece com velho e relho), que corresponde a uma dupla adjectivação pré-nominal, em que o adjectivo seco e o adjectivo peco qualificam o substantivo contrabando, como se verifica pela seguinte inversão: em contrabando seco e peco posto a nu. O que se pretende dizer é que o contrabando, composto de tecidos, seria murcho e enfezado.


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