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ultranatural

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ultranaturalultranatural
ultranatural


adjectivo de dois génerosadjetivo de dois géneros

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Dúvidas linguísticas



Qual a escrita correcta para o planeta? Urano ou Úrano?
Os vocabulários tidos como as maiores referências para o português europeu (Vocabulário da Língua Portuguesa, de Rebelo Gonçalves e Grande Vocabulário da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado) registam apenas a forma Úrano, referindo Rebelo Gonçalves que a forma Urano, apesar de corrente, “é inexacta”. Esta indicação deve-se à forma latina Uranus, em que o U da antepenúltima sílaba é uma vogal longa (sendo o -a- da penúltima sílaba uma vogal breve), o que corresponde geralmente a uma palavra esdrúxula em português.

No entanto, parece ter havido uma regularização da acentuação da palavra (em português, o padrão mais regular de acentuação é o das palavras graves, isto é, acentuadas na penúltima sílaba), e é de facto muito corrente a forma Urano, inclusivamente com registo em dicionários. Por este motivo, e apesar de a forma Úrano ser a preferida pelos autores mais puristas, pode hoje considerar-se aceitável também a forma Urano.




A minha dúvida é a respeito da etimologia de determinadas palavras cuja raiz é de origem latina, por ex. bondade, sensibilidade, depressão, etc. No Dicionário Priberam elas aparecem com a terminação nominativa mas noutros dicionários parece-me que estão na terminação ablativa e não nominativa. Gostaria que me esclarecessem.
O Dicionário Priberam da Língua Portuguesa regista, por exemplo, na etimologia de bondade, sensibilidade ou depressão, as formas que são normalmente enunciadas na forma do nominativo, seguida do genitivo: bonitas, bonitatis (ou bonitas, -atis); sensibilitas, sensibilitatis (ou sensibilitas, -atis) e depressio, depressionis (ou depressio, -onis).

Noutros dicionários gerais de língua portuguesa, é muito usual o registo da etimologia latina através da forma do acusativo sem a desinência -m (não se trata, como à primeira vista pode parecer, do ablativo). Isto acontece por ser o acusativo o caso lexicogénico, isto é, o caso latino que deu origem à maioria das palavras do português, e por, na evolução do latim para o português, o -m da desinência acusativa ter invariavelmente desaparecido. Assim, alguns dicionários registam, por exemplo, na etimologia de bondade, sensibilidade ou depressão, as formas bonitate, sensibilitate e depressione, que foram extrapoladas, respectivamente, dos acusativos bonitatem, sensibilitatem e depressionem.

Esta opção de apresentar o acusativo apocopado pode causar alguma perplexidade nos consulentes dos dicionários, que depois não encontram estas formas em dicionários de latim. Alguns dicionários optam por assinalar a queda do -m, colocando um hífen no final do étimo latino (ex.: bonitate-, sensibilitate-, depressione-). Outros, mais raros, como o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa ou o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa optaram por enunciar os étimos latinos (ex.: bonitas, -atis; sensibilitas, -atis, depressio, -onis), não os apresentando como a maioria dos dicionários; o Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa não enuncia o étimo latino dos verbos, referenciando apenas a forma do infinitivo (ex.: fazer < facere; sentir < sentire).