Num texto em que se usa a abreviatura de uma divisa (por exemplo, EUR ou USD), é correcto escrever "30 EUR" ou, pelo contrário, deve utilizar-se "EUR 30"? E deve ser "30 €" ou "€ 30"?
A ortografia é a única área da língua em que há uma regulamentação através de
textos legais.
Esta dúvida não diz directamente respeito à ortografia, mas à
representação convencionada de valores monetários, nomeadamente através do
recurso ao código das moedas ou de abreviaturas ou símbolos. À partida, parece
lógico que se coloque o código ou o símbolo da moeda depois do montante (ex.:
30 EUR ou 30 €), não havendo qualquer motivo para colocar o código ou
o símbolo da moeda antes (ex.: EUR 30 ou € 30), a não
ser por analogia com o inglês, onde essa é a prática mais corrente.
Estas opções não são obrigatórias, mas constituem frequentemente objecto de
directrizes em livros ou manuais de estilo de órgãos de comunicação ou
instituições. A título de exemplo, veja-se a recomendação do
Código de Redacção Interinstitucional da União Europeia (ver
http://publications.europa.eu/code/pt/pt-370303.htm): "O código EUR ou o símbolo colocam-se depois do montante, separado por um espaço:
um total de 30 EUR", com a observação de que "esta regra aplica-se à maior parte das línguas, excepto inglês, letão e maltês, onde o código aparece antes do número:
an amount of EUR 30".
Porque escrevemos Henrique com um r e não dois rr? Qual a regra?
A ortografia é um
conjunto de regras convencionadas e, na maioria das vezes, é o utilizador da
língua que mais lê e mais consulta obras de referência, como dicionários,
prontuários e afins, que melhor conhece essas regras e que melhor escreve. Há, no entanto, algumas indicações úteis, no caso da letra r:
a) O erre simples (r) representa o som [R] (consoante vibrante velar) em
início de palavra (ex.: rasar, régua, rua), a
seguir a uma vogal nasal (ex.: Henrique, honra, tenro),
ou em início de sílaba a seguir a uma consoante (ex.: israelita, melro).
b) O erre simples (r) representa o som [r] (consoante vibrante alveolar)
em contexto intervocálico, antecedido de vogal oral (ex.: cara, puro),
nos grupos consonânticos br, cr, dr, fr, gr, pr, tr e vr (ex.:
abrir, credo, coldre, fraco, grua, imprimir,
latrina, nevrose), ou em final de sílaba (ex.: cargo,
partir, querer, surto); o erre simples nunca representa
o som [r] em início de palavra.
c) O erre dobrado (rr) representa sempre o som [R] e apenas em contextos
intervocálicos (ex.: barra, errado, mirra, socorro,
urro), nunca em início de palavra ou depois de consoante.