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Não foram encontrados resultados para a pesquisa por "
quod ab omnibus, quod ubique, quod semper
" nas definições
Dúvidas linguísticas
trar-se-ão ou trazer-se-ão?
Sobre a conjugação do verbo ‘trazer’, no futuro do indicativo, tenho a seguinte dúvida:
(1)
Trar-se-ão a Portugal.
ou
(2)
Trazer-se-ão a Portugal
.
Será que a primeira hipótese está correcta? Não consigo encontrar qualquer tipo de referência, no entanto surge-me intuitivamente.
O verbo
trazer
é irregular, nomeadamente, para o caso que nos interessa, nas formas do futuro do indicativo:
trará, trarás, traremos, trareis, trarão
(se se tratasse de um verbo regular, as formas seriam
*trazerei, ..., *trazerão
[o asterisco indica forma incorrecta]).
Quando é necessário utilizar um pronome pessoal átono (ex.:
me, o, se
) nas formas do futuro do indicativo (ex.:
telefonará
) ou do condicional (ex.:
encontraria
), este pronome é inserido entre o radical e a desinência do verbo (ex.:
telefonará + me
=
telefonar-me-á; encontraria + o = encontrá-lo-ia
).
Como se trata da flexão irregular
trarão
, a forma correcta com o pronome deverá ser
trar-se-ão
e não *
trazer-se-ão
, que é uma forma incorrecta.
fim-de-semana / fim de semana
A palavra
fim de semana
, aparece em todo o lado escrita com hífen, inclusive no vosso dicionário. Contudo, quando estudei a língua portuguesa nas cadeiras da faculdade, foi-nos dado como referência um manual que nos serviu como a Bíblia da Língua Portuguesa: a
Nova Gramática do Português Contemporâneo
. Esta gramática de Celso Cunha e Lindley Cintra afirma na página 107 que a palavra
fim de semana
é um exemplo de quando os elementos justapostos conservam a sua "autonomia gráfica", tais como
Idade Média
e
pai de família
. Assim sendo, gostaria que me informassem se é correcto a utilização das duas formas, ou se a
Nova Gramática
já está desactualizada.
O registo de
fim-de-semana
como palavra hifenizada é feito pela esmagadora maioria das obras de referência do português europeu, nomeadamente o
Vocabulário da Língua Portuguesa
, de Rebelo GONÇALVES, o
Grande Vocabulário da Língua Portuguesa
, de José Pedro MACHADO, o
Dicionário da Língua Portuguesa On-line
, o
Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea da Academia das Ciências de Lisboa
ou o
Grande Dicionário Língua Portuguesa
, da Porto Editora.
Como contraponto, a palavra hifenizada está praticamente ausente das obras de referência do português do Brasil, não constando, por exemplo, do
Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa
, da Academia Brasileira de Letras. A locução
fim de semana
é registada em obras como o
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa
, o
Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa
ou o
Aulete Digital - Dicionário Contemporâneo da Língua Portuguesa
.
É interessante, neste aspecto, comparar a edição brasileira (Ed. Objetiva, 2001) e a portuguesa (Círculo de Leitores, 2002) do
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa
e verificar que apesar de
fim de semana
estar registado nas duas edições como locução e não como palavra hifenizada, na edição portuguesa foi acrescentada a observação "também se escreve com hífen".
Relativamente ao que está estipulado nos textos legais que regem a ortografia portuguesa, a regulamentação sobre o uso do hífen é tão vaga que permitiria justificar que grande parte das locuções nominais fosse escrita com hífen. Leia-se, por exemplo, parte do texto da base XXVIII, a respeito de palavras/locuções com a mesma estrutura de
fim-de-semana
: "Emprega-se o hífen nos compostos em que entram [...] dois ou mais substantivos, ligados ou não por preposição ou outro elemento [...] e em que o conjunto dos elementos, mantida a noção da composição, forma um sentido único ou uma aderência de sentidos. Exemplos:
água-de-colónia, arco-da-velha, bispo-conde, brincos-de-princesa, cor-de-rosa
". Se aplicarmos estas indicações a
fim-de-semana
, podemos concluir que esta locução pode corresponder a um sentido único, pois corresponde a um intervalo temporal específico que não se limita a ser o
fim
de uma
semana
de trabalho, uma vez que pode a semana pode começar ao domingo e este está incluído no
fim-de-semana
.
A
Nova
Gramática do Português Contemporâneo
de Celso CUNHA e Lindley CINTRA não se encontra desactualizada, nem está incorrecta. O que acontece é que o ponto de partida desta gramática de 1985 foi a
Gramática da língua portuguesa
, de Celso Cunha (1972). Apesar de a colaboração de Lindley Cintra ter permitido incluir informação adicional sobre o português de Portugal e um contraste entre as duas normas, alguma informação veiculada segue a tradição lexicográfica do português do Brasil, como parece ser o caso com
fim de semana
. Citando os autores da referida gramática, "reitere-se que o emprego do hífen é uma simples convenção ortográfica" (p. 107) e, atendendo à sua parca regulamentação nos textos legais, baseia-se essencialmente nas tradições lexicográficas portuguesa e brasileira.
Em conclusão, pode dizer-se que não se trata de uma incorrecção escrever de uma ou de outra forma, pois não há determinação ortográfica que impeça nenhuma delas, tratando-se apenas de uma questão de respeito pela tradição lexicográfica das duas normas. Actualmente, será preferível escrever
fim-de-semana
no português de norma europeia, e
fim de semana
no português de norma brasileira, mas é de referir ainda que o Acordo Ortográfico assinado em 1990 (que, saliente-se, não está em vigor) preconiza (na alínea
a)
do art. 6.º da base XV), a forma
fim de semana
, ignorando o texto do parágrafo anterior que defende excepções "já consagradas pelo uso (como é o caso de
água-de-colónia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa
)".
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gil-mendes
gil-mendes
(
gil·-men·des
gil·-men·des
)
nome masculino de dois números
[
Botânica
]
[
Botânica
]
Variedade de pêssego de pele branca e polpa açucarada.
Origem etimológica:
Gil Mendes
,
antropónimo
.