Tenho, há algum tempo, uma "discussão" com uma amiga relativamente à palavra "espilro". Eu digo que esta palavra existe há muito, muito tempo, ao passo que a minha amiga diz que só passou a existir segundo o novo acordo ortográfico. Podem ajudar a esclarecer-nos?
Não encontrámos uma datação para a palavra espilro,
mas esta palavra (e o verbo de que deriva regressivamente, espilrar),
provém de uma
epêntese em espirro (espirro > espilro) e não terá com
certeza surgido como consequência do novo Acordo Ortográfico. Rebelo Gonçalves,
no seu Vocabulário da Língua Portuguesa (Coimbra: Coimbra Editora, 1966)
regista espilrar e espilro, afirmando que se trata de um registo
popular. Idêntica informação é fornecida pelo Dicionário Priberam da Língua Portuguesa.
Ao utilizar o vosso dicionário, obtive o seguinte resultado para a palavra amoníaco:
do Lat. ammoniacu < Gr. ammoniakón
s. m.,
gás incolor, de cheiro intenso, sabor acre e com efeitos lacrimogéneos;
gás composto de azoto e hidrogénio, que se encontra na urina e nas matérias em decomposição. A partir de lacrimogéneos obtive:
masc. plu. de lacrimogéneo,
do Lat. lacrima + Gr. gen, r. de gígnomai, gerar.
No entanto a palavra lacrimogéneo não aparece no vosso dicionário, mas sim lacrimogénio (com i em vez de e):
adj.,
que provoca ou produz lágrimas;
que faz chorar.
Assim, gostaria de saber se existem as duas formas ou se uma se encontra errada.
Como muito bem observou, a informação disponibilizada não é coerente. De facto, não se pode dizer que a forma lacrimogénio seja errada, mas, sendo possível, é uma variante de lacrimogéneo, menos usada e praticamente não registada em dicionários e vocabulários de língua portuguesa.
O DPLP deveria ter registado a entrada lacrimogéneo (e lacrimogénio, a ser registado, deveria remeter para lacrimogéneo, sendo esta última a forma preferencial).