PT
BR
Pesquisar
Definições



Pesquisa nas Definições por:

estrumado

bardada | n. f.

Porção de terreno que o gado estruma em cada noite no bardo....


gábia | n. f.

Escavação em torno da cepa da videira, para fazer estrumação ou mergulhia....


coleiro | n. m.

Ave canora do Brasil que parece ter ao pescoço uma gravata preta....


cultivo | n. m.

Cultura; amanho....


estercada | n. f.

Acto ou efeito de estercar....


esterco | n. m.

Excremento de animal....


hirculação | n. f.

Doença que o excesso de estrume causa à videira....


iscaço | n. m.

Estrume de cabeças de sardinha, de vários outros peixes e caranguejos, para adubo das terras....


rapalhas | n. f. pl.

Restos que ficam nos currais depois de tirar o estrume que ali estava amontoado....


bócio | n. m.

Aumento patológico do volume da tiróide....


estroma | n. m.

Tecido que sustenta um órgão ou uma estrutura anatómica (ex.: estroma gastrointestinal; estroma ovariano)....


estruma | n. f.

Aumento do volume dos gânglios linfáticos cervicais, provocado pela tuberculose....


estrume | n. m.

Substância vegetal ou animal decomposta, simples ou de mistura com esterco, para adubo das terras....


estrumeira | n. f.

Lugar onde se forma ou se junta o estrume....


estrumeiro | n. m.

Indivíduo que carrega ou conduz estrume....


estrumela | n. f.

Qualquer coisa complicada, indefinida ou de que se não sabe o nome....



Dúvidas linguísticas



A palavra pròpriamente continua a ser acentuada com acento grave? E visìvelmente?
Em 1973 foram eliminados da ortografia oficial portuguesa os acentos graves e circunflexos nas palavras derivadas com o sufixo -mente (ex.: praticamente, serodiamente, visivelmente) ou com os sufixos iniciados por z (ex.: pezinho, sozinho). Seguindo a hiperligação para o Acordo Ortográfico em vigor para a língua portuguesa de norma europeia, poderá consultar o Decreto-Lei n.º 32/73 na parte final do documento, após o texto do acordo de 1945.



Na frase "...o nariz afilado do Sabino. (...) Fareja, fareja, hesita..." (Miguel Torga - conto "Fronteira") em que Sabino é um homem e não um animal, deve considerar-se que figura de estilo? Não é personificação, será animismo? No mesmo conto encontrei a expressão "em seco e peco". O que quer dizer?
Relativamente à primeira dúvida, se retomarmos o contexto dos extractos que refere do conto “Fronteira” (Miguel Torga, Novos Contos da Montanha, 7ª ed., Coimbra: ed. de autor, s. d., pp. 25-36), verificamos que é o próprio Sabino que fareja. Estamos assim perante uma animalização, isto é, perante a atribuição de um verbo usualmente associado a um sujeito animal (farejar) a uma pessoa (Sabino). Este recurso é muito utilizado por Miguel Torga neste conto para transmitir o instinto de sobrevivência, quase animal, comum às gentes de Fronteira, maioritariamente contrabandistas, como se pode ver por outras instâncias de animalização: “vão deslizando da toca” (op. cit., p. 25), “E aquelas casas na extrema pureza de uma toca humana” (op. cit., p. 29), “a sua ladradela de mastim zeloso” (op. cit., p. 30), “instinto de castro-laboreiro” (op. cit., p. 31), “o seu ouvido de cão da noite” (op. cit., p. 33).

Quanto à segunda dúvida, mais uma vez é preciso retomar o contexto: “Já com Isabel fechada na pobreza da tarimba, esperou ainda o milagre de a sua obstinação acabar em tecidos, em seco e peco contrabando posto a nu” (op. cit. p.35). Trata-se de uma coocorrência privilegiada, resultante de um jogo estilístico fonético (a par do que acontece com velho e relho), que corresponde a uma dupla adjectivação pré-nominal, em que o adjectivo seco e o adjectivo peco qualificam o substantivo contrabando, como se verifica pela seguinte inversão: em contrabando seco e peco posto a nu. O que se pretende dizer é que o contrabando, composto de tecidos, seria murcho e enfezado.


Ver todas